Wednesday, April 04, 2007

Lido no blogue "Famalicão XXI":

Terça-feira, Abril 03, 2007



Estribeiras perdidas

Os jornais são cada vez menos lidos porque são feitos por pessoas cada vez mais incompetentes ou preguiçosas, que não sabem onde está a notícia e nem sequer sabem escrever. O director do pasquim portuense "O Liberal", que é um famalicense conhecido por andar nos tribunais a comprar empresas falidas, que o diga... Vem isto a propósito de uma notícia bombástica sobre o Famafest, publicada hoje no gratuito "O Povo Famalicense", intitulada: "Lauro António perde as estribeiras e atira-se ao Cineclube de Joane e à oposição". É o Famafest ainda a dar que falar. À partida era informação nova. Mas a gente começa a ler o texto e nada do que ali está é novo. É tudo requentado. As críticas de Lauro António tinham sido feitas no catálogo de apresentação do Famafest, que tinha sido apresentado aos jornalistas há um mês, antes do festival começar. E na altura, "O Povo Famalicense" não escreveu nada disso, optando antes por colocar Lauro António a defender-se das críticas feitas pelo PS ao modelo do festival. Ou seja, na altura, a preguiça dos jornalistas falou mais alto, levando a que as críticas graves de Lauro António ao PS e ao Cineclube de Joane fossem ignoradas pelos nossos jornalistas. No "Povo Famalicense", o trabalhinho foi feito por Sandra Gonçalves, uma senhora que não conheço. Mas conheço a chefe de redacção, de nome Filomena Lamego, que funciona como comissária política das facções socialistas. Só da cabeça dela poderá ter saído esta ideia de Lauro António ter perdido as estribeiras.
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posted by VNF XXI at 3.4.07




Comentário ao texto colocado nesse blogue:



1 Comments:
Lauro António said...
Chegou-me aos olhos este comentário. Obrigado por fazer eco dessa nota do "Povo Famalicense". Felizmente nada tem a ver com o verdadeiro povo famalicense. Estive 10 dias em Famalicão, a acompanhar o Famfest. Nada disseram. Apanharam-me pelas costas e já mordem cobardemente. Acho que está tudo dito. Tudo explicado.
4/4/07


Já não é a primeira, nem será a última vez, que pessoas que não estiveram em Famalicão, durante o famafest, e que não tiveram acesso ao Catálogo, me perguntam que disse eu nessa apresentação. Ela aqui fica, mais actual do que nunca. Hoje em dia teria ainda muito mais para contar.



FAMAFEST 2007 - APRESENTAÇÃO


O Famafest chega à sua nona edição. Um festival de cinema, como qualquer empreendimento humano que tente integrar alguma coerência e eficácia, tem de possuir estratégias a desenvolver e finalidades a atingir. A finalidade poderia ser um estrondoso êxito de público, uma visibilidade mediática inquestionável, uma internacionalização indesmentível. Por uma razão ou por outra nunca foram essas as nossas finalidades. Porque não as queremos, porque não as podemos alcançar com o orçamento que temos desde a primeira edição, e que, em lugar de aumentar de ano para ano, como seria normal, tem permanecido inalterável, senão mesmo tem sido encurtado, em razão de circunstancialismos que o País atravessa e que todos conhecem.
Quando propusemos, em 1999, à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, a realização deste mesmo festival, com este formato, a ideia era criar um festival de cinema que fosse algo de completamente diferente do que existia até então no nosso País, e mesmo internacionalmente: um festival para abordar as relações entre o cinema e a literatura (na data não existia nenhum na Europa, e desconhecíamos a existência de algum semelhante em qualquer outra parte do mundo), incentivando o gosto pelo cinema e a literatura, procurando estudar as complexas e contraditórias relações que existiram desde sempre entre estas duas formas de narrativa, e também lutar contra a debandada dos espectadores das salas de cinema e dos leitores das livrarias. Queríamos ainda, e sobretudo, um festival voltado para o público local, afastada que estava a hipótese de convidar duzentos convidados, nacionais e estrangeiros, que desde logo assegurariam lotações esgotadas, o que acontece também nalguns festivais nacionais, preocupando-nos essencialmente em criar, dilatar, aprofundar um efectivo gosto pelo cinema e a literatura de qualidade, o que já sabemos não ser tarefa fácil, tendo em conta particularmente o tipo de filmes que o festival exibe, as intenções que presidem à sua selecção (e ainda o facto de muitas das obras serem projectadas em versão original, inglesa, francesa ou espanhola, por manifesta falta de verba para tradução simultânea).
Este festival não tentava aproveitar-se de algo já existente e de exploração fácil. Não corremos nunca atrás do já feito, mas criámos algo do zero e temos, nesta altura, um festival com projecção e crédito, internacionais e nacionais. Por aqui passaram dezenas e dezenas de personalidades das de maior renome no campo das artes e da literatura portuguesas e internacionais. O festival é querido e procurado por realizadores e escritores. Portugueses e estrangeiros. Não convidamos ninguém, oferecendo passagens e estadia, como a maioria dos festivais o faz. Quase todos os estrangeiros que nos visitam, fazem-no à sua própria custa. Quanto muito, o festival suporta o mínimo dos mínimos, obrigatório num caso destes: dois ou três dias de estadia.
O Famafest honra-se de ter os melhores catálogos de qualquer festival português, o que é reconhecido unanimemente. Não nos limitamos a copiar crítica de jornais, como alguns cineclubes fazem, sem acrescentar nada de criativo, de novo, de único à cultura cinematográfica portuguesa. Também não nos limitamos a escolher os filmes a exibir de entre as obras que outros já escolheram por nós: não vamos ao catálogo da distribuidora Y, conhecida pelos seus pergaminhos de “cinema alternativo”, e não transladamos os seus filmes para a nossa salinha todas as quintas-feiras, como o fazem alguns cineclubes, sem risco, sem criatividade, sem uma centelha de qualquer lógica pedagógica, sem qualquer trabalho específico, numa demonstração de preguiça intelectual que preocupa. O festival não pretende ser essa fábrica de encher chouriços culturais que contrata filmes na “Atalanta”, copia críticas no “Público” ou no “Expresso”, e arrota postas de pescada estragada contra outros com a impunidade que só a ignorância e a má fé permitem. Não! Não agimos assim.
Há nove anos que arriscamos, ano a ano, novidades. Somos a maior base de dados, criada do nada, sobre escritores e cineastas e as suas relações. Os nossos catálogos reúnem um conjunto impressionante de dados sobre adaptações cinematográficas, sobre documentarismo literário, com filmografias, fichas, elementos históricos. Único em Portugal. As opiniões discutem-se, os dados informativos, a referência histórica é indiscutível. É evidente que só trabalha assim quem tem bases culturais, estéticas, cinematográficas que o permitam. Quem não as tem, nem sequer entende do que fala quando aborda o tema, ou o tenta criticar. Falam-se linguagens distintas. Mas, mesmo assim, conseguem arvorar-se em críticos do que não compreendem. Mais uma vez a petulância da ignorância da má fé.
Passaram pelo palco deste festival, ao longo de oito anos, personalidades das de maior destaque no campo da cultura e da arte portuguesa e internacional. Todas louvaram o festival, a sua estrutura, a sua novidade, o empenho de quem o faz, o amor com que desde sempre foi concebido. Mas que podem as opiniões de Agustina Bessa-Luís, de Manoel de Oliveira, de Teolinda Gersão ou de Lídia Jorge, de Maria Barroso ou Ruy de Carvalho, de Mário Cláudio, de Maria do Céu Guerra, de Lia Gama ou Lurdes Norberto, de Graça Lobo ou de Nicolau Breyner, entre tantos outros, se há uns iluminados que, não sabendo de política, que é aquilo que dizem praticar (ou pior ainda: pondo as tricas políticas e os interesses pessoais acima dos interesses dos cidadãos e do concelho), resolvem também demonstrar a sua total inépcia cultural, criticando abusivamente o que não percebem, nem querem perceber?
Um partido que perde eleições garantidamente ganhas à partida, porque resolve colocar divisões pessoais ou grupais acima dos superiores interesses para que foram mandatados, devia era inscrever-se em cadeiras de organização política, numa universidade da terceira idade, em vez de andar a fazer figuras tristes, com arruaças culturais de terceira categoria. Que sabem esses senhores de cultura, de cinema e de festivais de cinema para terem a coragem de enfrentarem com críticas infelizes, injustas e totalmente descabidas a organização deste festival? Enfim, perdoais-lhes Senhor, que os eleitores se encarregarão do resto.
Em cultura, é impossível dizer-se que o ideal é ter muito público porque não o é. Em cultura o ideal é o que cria raízes, o que cimenta gostos, o que propõe apostas ganhas "à la longue". Nada é imediato em cultura, a não ser quando contabilizado por políticos sem futuro. Sem visão prospectiva. Se querem em Famalicão um festival "da treta", não contem connosco, nem com o Famafest. Se querem algo que paulatinamente vá ganhando aderentes e cinéfilos e leitores, e que de um momento para o outro pode descobrir um criador de génio, o caminho é lento, mas é seguro. Quem não perceber isso e preferir o oportunismo da facilidade e da demagogia não conta connosco. Tivemos a felicidade, em Famalicão, de ter nos primeiros anos alguém de cultura que soube entender a filosofia desta nossa proposta; temos a felicidade, de mudando o partido no poder, termos agora uma presidência e uma vereação que continuam a apostar na cultura, na honestidade, na coerência, no trabalho e na competência. Quando deixar de ser assim, ninguém nos manda embora, porque não gostamos de estar em má companhia e ninguém nos obriga a estar. Nem o Famafest, uma criação nossa proposta a Vila Nova de Famalicão, nem esta organização, ficaríamos mais um minuto dependendo desses políticos que em assembleias municipais descarregam a bílis da própria impotência contra um festival que só pretende honrar e servir uma cidade, um concelho, uma população carenciada culturalmente e cinematograficamente.
O que nos move é apenas o amor ao cinema e à literatura, à cultura. Nesse aspecto, a nossa superioridade moral não tem paralelo, nem se pode confundir com arruaceiros de má estirpe. Um festival prepara-se ao longo de um ano. Perder tempo com conversas destas não faz o nosso género. Transformar o Festival numa Bienal, mesmo que assim consiga uma maior verba, é matar o festival – a experiência internacional di-lo: não há bienais de cinema, há de arte, de música. Por isso não sabemos se esta é ou não uma despedida, nossa e do Famafest de Famalicão. Persistir nesta arruaça anual não nos agrada. Queremos segurança e serenidade para trabalhar. Ou a temos, e a confiança de quem nos apoia, ou desistimos. Não somos neófitos à procura de uma oportunidade. Temos trabalho feito em Portugal, em todas as áreas do cinema, que falam por nós. Não aceitamos ser envolvidos em batalhas que não são as nossas.

Falemos do que importa. Novidades para este ano no Famafest?

1º ENCONTRO NACIONAL DE BLOGUES DE CINEMA

I Encontro Nacional de Blogues de Cinema (e mais genericamente de Cultura, que tenham uma forte componente Cinematográfica) tem lugar em Famalicão, durante Famafest 2007, entre 16 e 24 de Março (o Encontro ocupará sexta, sábado e domingo, 16, 17 e 18). A iniciativa procura sublinhar a crescente importância dos blogues na comunicação social contemporânea; a decisiva influência que os blogues podem ter na criação de uma verdadeira cultura cinematográfica – os blogues são locais privilegiados de criação crítica, de debate de ideias, com a característica de o serem de forma imediata e sem qualquer tipo de edição prévia, de censura, de manipulação; a função informativa e divulgadora que os blogues podem, e devem ter, com uma capacidade de interferência no real absolutamente única – uma notícia pode atingir milhares de leitores em minutos.

UM “WORK SHOP”
Para esses três dias, e para lá da programação própria do Festival, pensou-se então organizar um “work shop”, aberto a todo o público, mas dirigido preferencialmente aos bloquistas presentes. Sendo jovens a grande maioria destes, com dificuldade de acesso a obras clássicas, sobretudo do período mudo, e dada a importância desta época, propuseram-se três temas, todos eles profusamente ilustrados por obras a serem projectadas: 1º DAVID W. GRIFFITH E O NASCIMENTO DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL; 2º O EXPRESSIONISMO, HISTÓRIA E PERMANÊNCIA ou 3º AS VANGUARDAS NAS DÉCADAS DE 20 A 40.
Recolhidos os votos, o resultado final deu como o tema mais votado AS VANGUARDAS NAS DÉCADAS DE 20 A 40. Durante o fim-de-semana de 16 a 18 de Março, iremos assim dedicar três sessões do Famafest a “As Vanguardas Cinematográficas nas Décadas de 20 a 40”, facultando dados históricos e indicações estéticas e projectando um importante conjunto de obras de autores tão decisivos quanto o foram Buñuel, Ray, Duchamp, Leger, Richter, Florey, Eisenstein, Dulac, Ivens, Strand, Welles, etc.

MELHOR BLOGUE PORTUGUÊS DE CINEMA
Ainda no quadro do I Encontro Nacional de Blogues de Cinema, decidiu-se eleger os Melhores Blogues Portugueses de Cinema e de Cultura Portugueses. Os blogues mais votados pelos autores de blogues de cinema portugueses serão premiados durante o Famafest, 2007. E fomos a votos. Os blogues citados foram:
BLOGUES PORTUGUESES DE CINEMA (Os Melhores de 2006):
O Acossado; Ainda não começámos a pensar; Amarcord; As Aranhas; Brain-mixer; Cineásia; Cineblog; De que raio é que ele está a falar?:; Estado Civil; Fila do meio; Filmes de Culto; Grindhouse; Hollywood; Imagens Perdidas; Last Picture Show; Mise en Abyme; Mulholand Drive; Obscuridades da 7ª Arte; Pasmos Filtrados; Plano 9; Play It Againt; Royale With Cheese; Viver contra o tempo; Wasted Blues e Zona Negra

BLOGUES PORTUGUESES DE CULTURA (Os Melhores de 2006):
A a Z; Um Amor atrevido; Amor e ócio; Arrastão; A Arte da fuga; Aspirina b; Bandida; Big Blog is watching You; Blasfémias; Cidadesurpreendente; Contraculturalmente; Da literatura; Divas e Contrabaixos; Erotismo na cidade; Espaço de Crítica Artística; Fadista Valéria Mendez; Foram-se os anéis; Grande Loja do Queijo Limiano; Guilhermina suggia; Hoje há conquilhas; Indústrias Culturais; O Insurgente; Indústrias Culturais; O Intruso; Kontratempos; Lápis Exilis; Luminescências; O Melhor Anjo; Mouco; Miniscente; Miss Pearls; A Origem das Espécies; Passado/Presente; Passengers; Piano; Portugal dos Pequeninos; Raim; Republica e Laicidade; Saudades do futuro; Sem Pénis nem Inveja; A Senhora Sócrates; O Sentido das Palavras e Volto Num Segundo.

Na sessão de abertura do I Encontro Nacional de Blogues de Cinema vai ser anunciado qual o Blogue Nacional de Cinema que conquistou, entre os seus pares, o título de “O Melhor Blogue de Cinema de 2006”, e também o de “O Melhor Blogue Português de Cultura.” A cada um será atribuído um Diploma autenticado pelo Famafest. Podemos adiantar que há um ex-eaquo no primeiro lugar dos blogues de cinema (mesmo número de votos para dois blogues) e quatro Menções Honrosas (para quatro blogues com igual número de votos logo a seguir). Quanto a “Blogues Portugueses de Cultura” repete-se o ex-aequo para dois blogues e as Menções Honrosas sobem para cinco.

“OS MELHORES FILMES ESTREADOS EM PORTUGAL EM 2006”
MARION SCORSESE E WOODY ALLEN GANHAM
Convocaram-se igualmente os autores de blogues portugueses a enviarem a sua lista de “Os 10 Melhores Filmes estreados em Portugal em 2006”. A votação estendeu-se até 31 de Janeiro de 2007. Foi colocada á disposição dos votantes uma lista de filmes estreados em Portugal durante o ano de 2006, constituindo assim uma base de trabalho. Na contagem final, os 10 títulos que forem mais votados terão direito a um diploma a ser atribuído durante o “Encontro”. O mais votado de todos terá direito a um diploma especial, referente ao “Melhor Filme estreado em Portugal em 2006”.
Encerradas as votações, os resultados foram os seguintes:
Os Melhores Filmes de 2006: (ex-aequo, igual número de votos): “The Departed: Entre Inimigos”, de Martin Scorsese e “Match Point”, de Woody Allen.
Menções Honrosas (restantes oito mais votados): Babel, A History of Violence, Lady in the Water, Little Miss Sunshine, Marie Antoinette, Munich, The New World e Volver.

OBRAS A CONCURSO
Quase meia centena de obras de 19 países (Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, Colômbia, Eslováquia, Espanha, EUA, França, Índia, Irão, Irlanda, Israel, Itália, México, Polónia, Portugal, Rússia e Suiça) irão estar presentes a concurso. Todas inéditas em Portugal (com excepção de algumas portuguesas), muitas em estreia absoluta neste certame, seleccionadas entre o que de mais importante se produz anualmente. Várias premiadas em festivais. Uma lista: de Portugal, uma boa representação: ENSAIO SOBRE O TEATRO, de Rui Simões, O ESCRITOR PRODIGIOSO, de Joana Pontes, HISTÓRIA DO CINEMA PORTUGUÊS e MEU PAI, HUMBERTO DELGADO, de Francisco Manso, PELE, de Fernando Vendrel, O PORTUGAL DE MIGUEL ESTEVES CARDOSO, de Fernando Ávila e ainda LADRÕES DE NÉSPERAS, de Fernando Lopes Amaral.
Do Brasil, o segundo maior contingente: CARLOS OSWALD, O POETA DA LUZ, de Regis Faria, O DONO DA PENA, de Cláudia Nunes, ENTRE AFEIÇÕES E AFECTOS, de Rosa Berardo, ENTRE O PARAISO E BRASÍLIA, de Alvarina Sousa Silva, PEQUENOS TOMENTOS DA VIDA, de Fabiano Sousa e Gilson Vargas e PORTO ALEGRE DE QUINTANA, de Gustavo Spolidoro.
A Europa está condignamente exposta: BRECHT – A ARTE DE VIVER, de Joachim Lang, DEBAIXO DO SOL, de Baran Von Odar, FECHADO, de Albert Radl, OS IDEAIS, de Sven Jakob, O LOUCO, O CORAÇÃO E O OLHO, de Anney Juna e O SONHO DO LOBO, de Maria-Anna Rimpfl vêm da Alemanha.
O CONDUTOR DE PALAVRAS, de Jean-Paul Thaens, EHNI, de Jean-Luc Bouvret, O HOMEM DA LUA, de Elissalde Serge, RILKE E RODIN, UM REENCONTRO, de Bernard Malaterre e O SANGUE NEGRO, de Peter Kassovitz representam a França;
De Itália vêm O CAMINHO DE “LA RECHERCHE”, de Giorgio Treves, FEDRA, de Salvo Bitonti, FELTRINELLI, de Alessandro Rosetto (co-produção com Suiça, Alemanha), MAURITÂNIA: ANTIGAS BIBLIOTECAS NO DESERTO, de Rossetta Piccinno e SÓ QUERIA VIVER, de Mimmo Calopresti.
A Áustria enviou, e foram seleccionados, HELEN A/B + DAS MEER, de Sabine Marte, TRÊS PEÇAS, de Hubert Siedecki e VIAGEM NO SEU PRÓPRIO QUARTO, de Bernard Braunstein e David Gross. De Espanha poderemos ver O OUTRO ROSINOL, de Monti; da Irlanda, PENUMBRA, de Gwynne McElueen; da Polónia, CONOCLASTA, de Mariko Saga, GOMBRO EM BERLIM, de Wieslaw Saniewski, MUITA GENTE, POUCO TEMPO, de Andrzej Baranski, RADOSC PISANIA, A ALEGRIA DE ESCREVER, de Antoni Krauze; da Rússia, ELES PRESERVARAM TUDO O QUE LHES ERA QUERIDO, de Galina Evtushenko.
Israel está presente com O JARDIM QUE SE AFASTOU A FLUTUAR, de Ruth Walk; o Irão viu seleccionados AS BORBOLETAS ESTÃO APENAS UM PASSO ATRÁS, de Mohammad Ibraihim Moaiery, CONTOS, de Mehdi Jafari e MILKAN, de Mino Kiani.
Dos Estados Unidos da América, três obras: A CAIXA DE BRINQUEDOS DE VITRUVIUS, de Dennis Michael Iannuzzi, MARINHEIROS E MÚSICOS, de Steven Lippman e GESTURE DOWN (NÂO CANTO), de Cedar Sherbert (co-produção com o México).
Finalmente, do Canadá, ROXANA, de Moze Mossanen, e da Índia, O FESTIVAL, de Dhananjoy Mandal.

JÚRIS INTERNACIONAL E DA JUVENTUDE
Para ver, analisar, apreciar, amar e premiar as que entenderem serem as melhores entre as obras pré-seleccionadas, o Famafest conta com um prestigiado Júri Internacional, constituído por Rita Ribeiro, actriz, Fernando Dacosta, escritor, Rosa Coutinho Cabral, realizadora, Carlos Teófilo, director de festival, todos de Portugal, Lisa França, professora universitária e realizadora, Brasil, Patricia Enis, realizadora, Argentina, Annalisa Capriuolo, produtora, Itália, Alain Marie, realizador, França.
Para lá deste, o Famafest mantém o seu Júri da Juventude, este ano reunindo para cima de uma dezena de jovens de escolas superiores e de blogues de cinema.

DA PALAVRA À IMAGEM
Um secção constante desde a primeira edição do Famafest é “Da Palavra à Imagem”, ou de como se adaptam romances e outras obras literárias ao cinema ou à televisão. Este ano, para lá da secção competitiva, outras secções paralelas se anunciam, integradas na temática “Da Palavra à Imagem”, dedicadas a temas de actualidade e projecção mundial, tal como o ciclo dedicado a “Patrick Suskind” (por altura da estreia de “O Perfume”), a “James Ellroy” (aproveitando a adaptação da sua “A Dália Negra”), a Truman Capote (estreia de dois filmes dedicados á sua figura, “Capote” e “Infame”), a homenagem a Mário Cesariny de Vasconcelos (por altura da sua morte). Outras homenagens a três vultos maiores da história do cinema, Robert Altman, cineasta, Glenn Ford e Philippe Noiret, actores.

DA PALAVRA Á IMAGEM
Ainda no campo da secção “A Palavra à Imagem” há outros títulos a assinalar:
“APOCALYPTO”, de Mel Gibson, “AS BANDEIRAS DE NOSSOS PAIS” e “CARTAS DE IWO JIMA”, ambos de Clint Eastwood, “O CÓDIGO DA VINCI”, de Ron Howard, “O DIABO VESTE PRADA”, de David Frankel, “ESPELHO MÁGICO”, de Manoel de Oliveira, “MEMóRIAS DE UMA GUEIXA”, de Rob Marshall, “O TERCEIRO PASSO”, de Christopher Nolan, e VINICIUS, de Miguel Faria Jr.

GUERRAS DO PETRÓLEO E DA RELIGIÃO
Entretanto, e dado a actualidade do tema, resolvemos incluir ainda na edição deste ano do Famafest um conjunto de filmes que abordam a problemática das guerras de religião (e do petróleo). Muitas são adaptações de obras literárias, de ficção ou ensaísmo, e todas reflectem a tragédia da guerra, em nome de interesses económicos ou religiosos: COLISÃO, de Paul Haggis, MUNIQUE, de Steven Spielberg, SYRIANA, de Stephen Gaghan, VOO 93, de Paul Greengrass, WORLD TRADE CENTER, de Oliver Stone ou UMA VERDADE INCONVENIENTE, de Davis Guggenheim.

SÓ ANIMAÇÃO E HOMENAGEM A HANNA E BARBERA
As crianças e os jovens continuam com o seu lugar cativo no festival, ao longo de mais de meia centena de sessões especiais. Alguns exemplos: “Por àgua Abaixo”, “Happy Feet” e “Artur e os Minimeus”. Ainda uma enorme retrospectiva de alguns dos melhores trabalhos de Hanna e Barbera, numa homenagem a uma dupla que durante muitas décadas encheu de felicidade gerações de jovens (e adultos) com Tom e Jerry, os Flinstones, e tantos outros heróis.

ACTIVIDADES PARALELAS
Muita música e poesia irão abrir e encerrar o Famafest deste ano. Na abertura oficial teremos “Conversa de Camarim”, um grande espectáculo com Simone de Oliveira e Victor de Sousa, música e poesia, e conversa solta. Ditos os nomes, nada mais resta acrescentar.
A fechar, na sessão de encerramento, e depois da entrega de prémios, Wanda Stuart, na sua voz magnífica, recupera temas e canções que fizeram a felicidade de muitos cinéfilos e melómanos: são músicas de filmes, inesquecíveis.

HOMENAGENS E “O PASSEIO DO FAMAFEST”
Tal como nas anteriores edições, também este ano o Famafest homenageia algumas personalidades do mundo da literatura, do cinema e do espectáculo. Nesta ocasião celebraremos o talento de um dos nossos mais importantes símbolos do espectáculo em Portugal, nas últimas décadas, Simone de Oliveira, uma das actrizes portuguesas com uma das mais prestigiadas carreiras atrás de si, Cármen Dolores, um actor que há muitos anos brilha intensamente no teatro, no cinema, na televisão, Joaquim Rosa, e um escritor que tem dedicado grande parte da sua intensa e brilhante actividade ensaística ao cinema e à literatura, Eduardo Prado Coelho. Mais ainda: dois membros do nosso Júri Internacional contarão com igual homenagem, inteiramente merecida pela qualidade e significado do seu trabalho: o escritor Fernando Dacosta e a actriz Rita Ribeiro.
Estes serão mais seis nomes a acrescentar aos aos muitos já que formam o “Passeio do Famafest” que irá eternizar estes vultos da cultura e do espectáculo português, com inscrições alusivas nos passeios circundantes à Casa das Artes.
Finalmente, resta-me agradecer a todos quantos têm acreditado neste festival, nomeadamente à actual equipa que dirige o Município de Vila Nova de Famalicão, personalizado na figura do seu presidente, o Arq. Armindo Costa, bem como o vereador Dr. Leonel Rocha. Um agradecimento muito especial também ao novo director da Casa das Artes, Álvaro Santos, que mantém esta Casa (que o Famafest ajudou a pôr de pé e inaugurou, ainda que semi-oficialmente) como uma referência de programação nas casas de cultura deste País. Um muito obrigado ainda aos realizadores e produtores com obras presentes a concurso, aos membros do Júris que nos honram com a sua actividade, o seu saber, a sua amizade. Um obrigado aos amigos Simone de Oliveira e Vítor Sousa, à Wanda Stuart e ao Mário Rui, pela colaboração e o brilho que emprestaram. Finalmente, um muito obrigado muito, mas muito especial, a todos os que colaboram anonimamente neste festival, ao público que acarinha esta iniciativa, ao cidadão famalicense que nos acena nas ruas. É para eles e por eles.
Adiantamos. O Famafest 2007 tem tudo para ser mais uma grande edição de um Festival para uma cidade em Festa.

LAURO ANTÓNIO
(Director do Famafest)
a esta apresentação deverá acrescentar-se mais um parágrafo que ficou no tinteiro na altura, mas que é de toda a justica agora recordar:
Há um ano prometemos que traríamos a exibição comercial para Famalicão (nesta altura sem uma única sala de cinema a funcionar regularmente com filmes comerciais), para a sala da Casa das Artes. Afirmámo-lo publicamente. Garantíamos uma programação de qualidade dentro do cinema comercial de autor que se encontra totalmente afastado das salas desta cidade. Mais: garantíamos trabalho gratuito se não houvesse lucros, e só receberíamos uma percentagem, se estes existissem. Mal saímos de Famalicão, o cineclube local protestou e afirmou que ele próprio queria organizar essas sessões. Quem procura estar só para reinar é porque não tem muita confiança nas suas aptidões. O Famafest gostaria muito de ter nesta cidade um cineclube forte, original, criativo, inventivo, que organizasse ciclos, propusesse abordagens novas, criasse um corpo de gente crítica, que escrevesse textos próprios, que ensaiasse rodagem de trabalhos, que interviesse culturalmente na cidade e no concelho. Infelizmente, temos o que temos. No ano passado convidámo-lo para indicar um membro para integrar o Júri Internacional. Como retribuição tivemos um “parecer” ressabiado enviado à CMVNF, com um conjunto de disparates e mentiras acerca deste Festival. E a proposta de ser o cineclube a organizar as sessões de cinema comercial. Que nós tínhamos sugerido. Enfim… Tudo límpido e claro. Para bom entendedor.
Como se vê, é prática corrente o Cine Clube de Joane atacar pelas costas, insidiosamente, cobardemente. Com "análises" que dizem detalhadas, mas apenas são deturpadoras e mentiorosas, para lá de manifestamente ignorantes, que enviam à CMVNF criticando o Famafest (tudo sem conhecimento do Festival, tudo aparentemente em privado, numa cumplicidade de concluío). Quando nos apanham pelas costas, criticam sem conhecimento nem critério, tentam destabelizar, oferecem mundos e fundos, e depois viu-se o resultado. Julgamos saber que a culpa não é unicamente do Cine Clube (como vêem a honestidade é coisa muito bonita e não custa nada praticar), mas é culpa do Cine Clube que o Famafest não tenha cumprido a promessa que fez na cerimónia de encerramento de 2006. Fica assim claro que nenhuma culpa nos cabe a nós pela não realização dessas sessões. E isto é importante que fique demonstrado, porque este ano vários espectadores do Famafest nos vieram perguntar porque não havia sessões de cinema, comerciais, na Casa das Artes.
Quanto à "oposição" e à qualidade da sua política não vale a pena sequer bater mais no velhinho. Pelo que ouvi em Famalicão durante os dez dias que lá passei, no último mês de Março, vai penar muito até readquirir credibilidade junto do cidadão. E não é assim que a readquire.
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