Saturday, February 09, 2008

JÚRI INTERNACIONAL
DO FAMAFEST 2008

Excelentes presenças no Júri Internacional do Famafest 2008. Primeiras confirmações:

Uxia Blanco (Actriz, Galiza, Espanha)
Anxo Santomil (Director de "Cinemas digitais", cineclubista, realizador, desenhador, Galiza, Espanha)
Maria das Graças (Actriz, Brasil) Joaquim Rosa (Actor, Portugal)
Walter Hugo Mãe (Escritor, editor, Portugal)
AS OBRAS A CONCURSO
NO FAMAFEST 2008

AGOSTINHO DA SILVA – UM PENSAMENTO VIVO, de João Rodrigo Mattos (Portugal) 80’
AGUSTINA BESSA LUIS – NASCI ADULTA, MORREREI CRIANÇA, de António José Almeida (Portugal), 58’
ARTHUR RIMBAUD, CHIPRE, POSTA RESTANTE (ARTHUR RIMBAUD, CHYPRE POSTE RESTANTE), de Cazals Patrick (França) 52’
BICICLETA E O ESCURO, A , de Cladia Nunes (Brasil), 64’
BRAVA DANÇA, de Filmes do Tejo (Portugal) 81’
CARAVELAS E NAUS, Panavisão (Portugal) 47’
CARGA (CARGO), de Marcelino Martin Valiente (Noruega) 5’
CASA DE BONECA DE MABOU MINES, A (MABOU MINES DOLLHOUSE), de Lee Breuer (França, EUA) 125’
CONTACTO (TOUCHET), de Marcelino Martin Valiente (Noruega) 9’
CORRUPÇÃO, de Utopia Filmes (Portugal) 93’
DAVID MOURÃO FERREIRA – DUVIDÀVIDA, de António José Almeida (Portugal) 58’
DEUS NÃO QUIS, de António Ferreira (Portugal) 15’
ENCONTRO COM MILTON SANTOS, de Sílvio Tendler (Brasil) 80’
ERA PRECISO FAZER AS COISAS, de Margarida Cardoso (Portugal) 52’
ESTALEIROS DO PÈRE CASTOR, OS (LES CHANTIERS DU PÉRE CASTOR), de Cazals Patrick (França) 52’
EXPERIÊNCIA DE NIETZSCHE, A (L’ EXPERIENCE DE NIETZSCHE), de Yann Kassile (França) 60’
FERNANDA BOTELHO - 108º, de António José Almeida (Portugal) 52´
FIM, O (THE END), de Victor Candeias (Portugal) 12,30’
HERBERTO HELDER – MEU DEUS FAZ COM QUE EU SEJA SEMPRE UM POETA OBSCURO, de António José Almeida (Portugal) 48’
HUMANOS – A VIDA EM VARIAÇÔES, de António Ferreira (Portugal) 33’
ILHA PORTUGAL, de Anabela Saint-Maurice (Portugal) 55’
ITHAKI, de Ibrahim El Batou (Egipto) 70’
LUÍS PACHECO – MAIS UM DIA DE NOITE, de António José Almeida (Portugal) 59’
MÃOS ATADAS (TIED HANDS), de Dan Wolman (Israel) 90’
MISTÉRIO DA SERRA DE SINTRA, O, de Jorge Paixão da Costa (Portugal) 105’
MITOS ACERCA DE TI (MYTHS ABOUT YOU), de Nandita Jain (Inglaterra, India) 9’
MURMÚRIOS, MUROS, MADURO… (MURMURES, MURS, MÛR…), de Leopold Soris (Bélgica) 6’
POETICAMENTE EXAUSTO, VERTICALMENTE SÓ, de Luísa Marinho (Portugal) 54’
RENÉ CHAR, NOME DE GUERRA ALEXANDRE (RENÉ CHAR, NOM DE GUERRE ALEXANDRE), de Jerôme Prieur (França) 61’
SENHOR MAX (MONSIEUR MAX), de Gabriel Aghion (França) 37’
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN – O NOME DAS COISAS, de Pedro Clérigo (Portugal) 59’
TALMUD, de Pierre-Henry Salfatti (França) 57’
TERRA SONÂMBULA, de Teresa Pratas (Portugal, Moçambique) 103’
URSO E EU, O – (The BEAR AND I), de Laurie Morali (Canadá), 30’
VITORINO NEMÉSIO – NEM TODA A NOITE A VIDA, de Pedro Clérigo (Portugal) 59’
MARISA ABRE "FAMAFEST"
A 8 DE MARÇO DE 2008
EM VILA NOVA DE FAMALICÃO

Começa a 8 de Março (e prolonga-se até 16 de Março), o X Famafest, Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Vila Nova de Famalicão (Cinema e Literatura). Na noite de abertura, a voz mais desejada: Marisa. Não percam.

Não se trata de paixão de hoje. Há dois anos escrevi:
"(...) Sou fanático de Mariza. Acho que depois de Amália, poucas terão ido tão longe, ou chegado tão perto da perfeição. Ela tem tudo para ser o que é: uma voz impar, uma elegância de pássaro em voo rasante, o porte franzino que enche o palco mal o pisa, a modernidade do estilo, mais o classicismo da expressão, o olhar doce e gaiato de quem sabe que o fado é “tudo isto”, amargo e triste, amores infelizes e angústias latentes, mas também muito daquilo, alegria de viver e de amar, o olhar sobre as cidades e as pessoas, o quinhão de simpatia humana que nos toca a todos, esse beijo, esse sorriso, essa pele, essa cor, essa sensualidade boa e quente.
Mariza é um regalo de ouvir, e sabe bem ser português, quando se descobrem poemas de Fernando Pessoa, Zeca Afonso, David Mourão-Ferreira, Reynaldo Ferreira, O´Neil, Florbela, Amália, e tantos e tantos outros, acompanhados por inspiradas melodias, tocadas por virtuosos nacionais, cantados por intérpretes como Mariza. Que querem mais, portugueses ingratos, filhos de um tão pequeno País, que tais glórias viu nascer? Mariza é um dos nossos orgulhos nacionais (mas reparem em Lisboa, seus filhos da mãe da desgraça coitadinha e da maledicência mediocre, vejam tão só Amadeu de Sousa Cardoso, Graça Morais, Cesariny, Noronha da Costa em Exposição, só para falar em pintura!, e isto é pouco?, é pouco?). Ouvi-la é um prazer total. O DVD não está mal captado, a direcção é correcta, o som só teve uma falha, é Mariza em Belém para a eternidade. Ouvir e voltar a ouvir, ver e rever.

Moçambicana por nascimento, mas lisboeta da Mouraria desde os três anos, Mariza tem atravessado no sangue esse Portugal que foi fado em África e morna na capital do Império. Em 2001, ainda menina e moça, lança o álbum “Fado em mim” que vende até ser platina e atira com Mariza para o estrelato. Amo-a desde aí. Sim, porque nestas coisas ou se ama ou não se ama. Parte para o estrangeiro e soma sucesso sobre sucesso. Diz que o palco é a sua “sala de estar onde recebo os amigos” e eu sinto-me isso, um amigo, que, ao fim de cada concerto, corre para ela e a beija. Afinal acaba de nos dar momentos de felicidade e, não raro, as lágrimas correm-me, a mim, quando a ouço cantar. Quebeque, Nova Iorque, Hollywood, Londres, Paris, Frankfurt, Lisboa, Moscovo, Madrid, Barcelona, Los Angeles, Cairo, São Francisco, Chicago, as principais casas de espectáculo do mundo esgotam para a ouvir cantar. Uma nova Amália? Possivelmente, mas sobretudo uma nova grande cantora de fado, que consegue o que Amália sempre conseguiu: uma voz inigualável e uma personalidade impar. Ou seja, para se ser uma nova Amália, tem que se ser sobretudo diferente, não uma cópia, porque Amália nunca copiou ninguém. Mariza é também assim. Por ela passou todo o fado, mas ela só reteve o “seu” fado. “Melhor Artista Europeia na área de World Music”, pela BBC, diz que não escolheu o fado, que foi o fado que a escolheu. Não a conheço pessoalmente (mas quero conhecer, sim quero muito conhecer!), mas não fico indiferente aquela humildade que só os muito grandes conseguem ter, porque não precisam de se por em bicos de pés para sobressaírem. Eles já voam por cima dos demais, naturalmente. "O fado é um sentimento e não propriamente uma música". Em 2003, aparece o segundo álbum, “Fado Curvo”, mais prémios, por todo o lado. Os jornalistas estrangeiros residentes em Portugal reconhecem-lhe “a excelência na divulgação da cultura portuguesa, na sua manifestação mais característica: o fado” e consideram-na “Personalidade do Ano 2003”. Em 2004, edita o DVD que encerra o concerto realizado na Union Chapel, em Londres, e logo a seguir surge o novo álbum, “Transparente”. Agora um DVD, precioso, “Mariza, concerto em Lisboa”. Não percam. "
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